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por
Carolina
A farinha hidrolisada aparece com muita frequência nas papas lácteas (e em algumas não lácteas) que encontramos no corredor de alimentação infantil nos supermercados. É um tipo de farinha que passa por um processo químico, onde uma molécula de água é usada para quebrar as cadeias de amido dos cereais, em cadeias mais simples, como os açúcares e as dextrinas.
A indústria faz uso deste processo químico nas farinhas das papas para bebés com os seguintes objetivos:
Facilitar a digestão e absorção,
Melhorar o sabor,
Melhorar a textura.
Antigamente, acreditava-se que os bebés não tinham a capacidade de digerir amidos de forma eficaz, e por isso precisavam de alimentos parcialmente digeridos, como farinhas hidrolisadas.
No entanto, os dados mais recentes sugerem que, a partir dos 6 meses de idade, os bebés começam a produzir quantidades suficientes de enzimas digestivas, como a amílase salivar e pancreática, responsáveis pela digestão do amido, não havendo a necessidade de recorrer a farinhas hidrolisadas. Assim, as farinhas tradicionais podem ser adequadas para a introdução alimentar, sem a necessidade de pré-hidrólise.
Para além disso, as recomendações atuais para a introdução alimentar por volta dos 6 meses enfatizam a oferta de alimentos variados e minimamente processados, preferindo-se que os bebés aprendam a lidar com diferentes texturas e sabores, o que contribui para o desenvolvimento do sistema digestivo e para uma relação saudável com a comida a longo prazo.
O processo de hidrólise enzimática, que quebra os amidos em moléculas menores, resulta na formação de açúcares simples, como a glicose e a maltose. Estes açúcares, mesmo quando não adicionados explicitamente como ingredientes, podem ser classificados como açúcares livres, de acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estes açúcares livres são problemáticos porque, ao serem rapidamente absorvidos pelo organismo, podem levar a um aumento do consumo calórico sem fornecer nutrientes adicionais significativos. Isto é especialmente relevante em bebés e crianças pequenas, para quem o consumo excessivo de açúcar pode contribuir para o risco de obesidade infantil, cáries dentárias ou mesmo o desenvolvimento de preferências por alimentos mais doces.
Na prática, para realizar melhores escolhas para os bebés, os pais devem preferir preparar papas recorrendo a cereais que não passaram por este processo de hidrólise e que por isso apresentam um perfil nutricional mais interessante, como é o caso dos grãos ou flocos de cereais e no caso das papas de compra devem estar atentos aos rótulose preferir aquelas que apresentam uma lista de ingredientes mais simples e sem farinhas hidrolisadas, óleos vegetais desnecessários e açúcares adicionados.
Embora a farinha hidrolisada possa ter o seu lugar em casos específicos (como na alimentação de bebés com dificuldades digestivas ou em fórmulas especializadas), o seu uso na alimentação infantil não é benéfico. Ofereça uma alimentação variada ao seu bebé, e dê preferência a cereais integrais, como millet, quinoa ou aveia.
Referências:
Organização Mundial da Saúde. (2015). Directrizes da OMS sobre a ingestão de açúcares para adultos e crianças.
Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde. (2017). Normas e orientações para a alimentação saudável de crianças e adolescentes.
World Health Organization. Guideline: Sugars intake for adults and children. Geneva: World Health Organization; 2015. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241549028
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