Carrinho de compras
o seu carrinho está vazio
Continuar a comprar
por
Carolina
Antes de mais, se o seu bebé teve ou tem episódios de eczema, asma, alergia alimentar existente, ou existe um membro da família com histórico de alergia alimentar, não introduza nenhum alimento sem primeiro falar com a/o pediatra, médico de família ou alergologista que acompanha o bebé.
Durante décadas, os profissionais de saúde recomendaram que se evitasse consumir alimentos que podiam causar alergia - alergénicos alimentares-, como o amendoim, para prevenir alergias alimentares no futuro.
No entanto, um estudo inovador em 2015 veio concluir que a introdução precoce do amendoim diminuiu significativamente a frequência do desenvolvimento de alergia ao amendoim entre crianças com alto risco para desenvolver essa alergia - uma diminuição de 70%. Para crianças sem risco, a diminuição foi ainda mais significativa (86%). Mais especificamente, entre os bebés com doença atópica de alto risco, o consumo sustentado de amendoim começando nos primeiros 11 meses de vida, em comparação com não oferecer o amendoim, resultou em uma proporção significativamente menor de crianças com alergia ao amendoim aos 5 anos de idade.
Acredita-se que existe uma janela imunológica e que o corpo não reconhece o alimento como um “agressor”. Introduzir alimentos que podem causar alergia nessa janela e de forma contínua, provoca uma resposta imune protetora em vez de uma reação imune alérgica.
Os resultados desse estudo vieram revolucionar a forma como os pediatras e profissionais de saúde recomendam a introdução de alergénicos alimentares. As diretrizes atuais são para introduzir alimentos que possam causar alergia a partir dos 6 meses e antes dos 12 meses. Para bebés com risco, a recomendação pode ser para introdução ainda mais precoce (entre os 4 e os 6 meses), mas se for esse o caso nunca introduza nenhum alimento sem consultar o médico pediatra ou alergologista.
A função do nosso sistema imunitário é identificar e defender o nosso corpo de bactérias e vírus que nos deixam doentes. Basicamente, uma alergia alimentar ocorre quando o sistema imunitário identifica uma proteína animal inofensiva como um agressor e reage exageradamente a essa proteína (o alergénio). A alergia alimentar pode ocorrer em resposta a qualquer alimento e bebés e crianças (assim como adultos) podem ser alérgicas a mais do que um alimento.
Não existe ,até à data, cura para a alergia a alimentos. Muitas crianças ultrapassam a alergia ao leite, aos ovos, à soja ou ao trigo, mas a alergia ao amendoim e aos frutos secos, por exemplo, dura toda a vida na maioria dos casos.
As alergias alimentares não são iguais às intolerâncias alimentares e os sintomas da alergia alimentar sobrepõem-se aos sintomas de outras condições médicas. Por isso, é importante que a alergia alimentar do seu bebé seja sempre confirmada por uma avaliação adequada com um(a) médico(a) alergologista. Em Lisboa, Cascais e Sintra, recomendo a Dra Marta Chambel.
De acordo com dados da European Food Safety Authority (EFSA), cerca de 75% das reações alérgicas nas crianças são causadas pelos seguintes alimentos: ovo, amendoins, leite de vaca, peixe e frutos secos. E, embora, qualquer alimento possa em teoria causar uma reação alérgica, 90% das reações alérgicas são causadas pelos seguintes alimentos:
Leite e derivados do leite
Ovo
Amendoim
Frutos secos (por exemplo, amêndoas, cajus e nozes)
Soja
Peixe
Frutos do mar (moluscos e crustáceos)
Trigo e todos os cereais contendo glúten
Na União Europeia, os seguintes alimentos também são considerados alergénicos alimentares:
Aipo
Mostarda
Sésamo
Tremoço
Sulfitos
Em Portugal, as alergias alimentares mais comuns em bebés é a alergia à proteína do leite de vaca e a alergia ao ovo.
Bebés com eczema moderado a grave apresentam um maior risco de desenvolver alergias alimentares. De acordo com dados da National Eczema Association (Estados Unidos), das crianças com menos de 5 anos que têm eczema, até 30% podem também ter alguma alergia alimentar.
Além do eczema, a alergia a outro alimento, assim como febre dos fenos e a asma também são considerados fatores de risco. Também a história familiar parece desempenhar um papel no desenvolvimento de uma alergia alimentar,
Para muitas mães e pais, introduzir alergénicos é um momento de muita ansiedade. Mas é importante perceber que se o bebé não tem um risco acrescido de desenvolver uma alergia alimentar, e se o fizermos seguindo as dicas em baixo, conseguimos sempre identificar uma reação inicial.
Por exemplo ¼ de colher de chá de manteiga de amendoim ou uma pitada de nozes esmagadas numa colher de papa de aveia. Se não houver nenhuma reação, aumente essa quantidade gradualmente nos dias seguintes.
A melhor forma de garantir que há ingestão do alimento é misturá-lo à colher que for servir o bebé. Por exemplo, se está a oferecer um puré de abóbora, pode servir um pouco de puré na colher, e adicionar o alergénio à colher, em vez de mistura-lo à refeição. Estamos a falar de quantidades muito pequenas, e se o bebé não comer a refeição inteira, pode não ser exposto ao alergénio.
As reações alérgicas costumam acontecer nas duas horas seguintes à ingestão, então é importante o bebé estar acordado para que o possa observar, caso ocorra uma reação alérgica.
Não só não deve introduzir dois alergénios juntos, como não deve introduzir nenhum alimento novo nos três dias em que está a fazer a introdução de um dos alergénios comuns. Assim, se houver alguma reação, saberá qual o alimento responsável.
Como começamos com quantidades muito pequenas, o bebé pode não ter nenhuma reação alérgica no primeiro ou segundo contacto, mas pode reagir depois, à medida que for dando quantidades maiores desse alimento.
Se o seu bebé tiver um ou mais dos sintomas abaixo logo após o consumo de um novo alimento, ele pode estar a ter uma reação alérgica:
Cutâneos: Erupção cutânea, inflamação/vermelhidão da pele, comichão, inchaço da glote e da língua ou cara
Respiratórios: Nariz entupido ou a escorrer com olhos lacrimejantes que coçam, respiração ruidosa, pieira ou dificuldade em respirar
Gastrointestinais: Vómitos e às vezes desconforto gastrointestinal e diarréia
Ou qualquer alteração no comportamento do bebê, tornando-se muito irrequieto.
Se o seu bebé teve uma reação alérgica a qualquer alimento, pare de oferecer esse alimento e fale com o pediatra do seu bebé. Se houver sinais de reação alérgica grave como:
Inchaço do rosto, boca, língua ou garganta
Urticária que se espalha
Qualquer dificuldade para respirar, tosse repetitiva ou respiração ruidosa e ofegante
Dificuldade em engolir, voz rouca ou choro
Pele pálida ou azulada
Letargia, fraqueza ou desmaio
Vómito repetitivo
Ligue imediatamente para o 112 e peça ajuda.
Note que uma pequena vermelhidão ao redor da boca é mais frequentemente causada por irritação da pele (reação não alérgica) e não devido a uma reação alérgica.
Fontes:
Food allergies in babies and young children. NHS.
Technical guidance: food allergen labeling information (EU Regulation 1169/2011)
Também vais gostar
Comida de bebé
Morada
Ruas da maternidade,
hospital da oliveira,
Lisboa 4900-120