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A castanha de caju, ou fruto do cajueiro, é um fruto oleaginoso que se tem popularizado nos últimos anos em Portugal. O seu aspeto in natura é bastante diferente daquilo que vemos embalado na prateleira do supermercado – o fruto propriamente dito, a castanha já devidamente tratada: na natureza, esta castanha fica pendurada numa fruta chamada caju, de cor avermelhada a amarela. Botanicamente falando, a “castanha” de caju é, na verdade, uma semente.

Caju (fruta). A castanha de caju fica dentro da parte castanha que está no topo da fruta.

Por ser um fruto oleaginoso, é de esperar que tenha uma elevada densidade nutricional. De facto, 100g de caju fornecem cerca de 613 kcal. Também esperado, é o seu elevado conteúdo em lípidos (50g de lípidos por 100g de alimento). Para além disso, ainda fornece uma boa quantidade de folatos, potássio, fósforo e magnésio.

Tem um sabor neutro pelo que é usada em receitas doces e salgadas. Pode consultar diversas receitas com a castanha de caju no blog, desde maionese vegan até recheio para bolos!

Devido à presença de um óleo tóxico, a castanha de caju deve ser tostada/torrada para que o seu consumo seja seguro.

A partir de que idade pode oferecer castanha de caju ao bebé?

A partir dos seis meses ou quando o bebé já tiver todos os sinais de prontidão e antes dos 12 meses.

A castanha de caju pode causar alergia?

Sim. A castanha de caju, e todos os frutos oleaginosos, é um alergénico comum.

Na verdade, os frutos oleaginosos são frequentemente temidos pela probabilidade de despoletar reações alérgicas. Mas isto não deverá atrasar a introdução da castanha de caju, nem de outras oleaginosas. Ver como introduzir alergénicos aqui.

Sabe-se ainda que existe uma reatividade cruzada entre o caju, o pistachio e a manga. Para além disso, existe uma semelhança (homologia) nas proteínas alergénicas entre o caju, a avelã, o grão de mostarda, o amendoim, o pistachio, a soja e a noz.

Infelizmente se tem um bebé ou criança alérgico, saiba que apenas 9% das crianças ultrapassam a alergia a frutos oleaginosos. Se existe histórico de alergia na sua família, consulte um pediatra especialista antes de introduzir a castanha de caju.

Representa risco de engasgo?

Por ser um fruto pequeno e duro, apresenta alta probabilidade de engasgamento. Por este motivo, não é seguro oferecê-la inteira.

Como oferecer castanha de caju ao bebé?

Baby-led weaning (BLW)

6 meses a 4 anos:

A castanha de caju pode ser processada até formar uma pasta (ou, comumente chamada “manteiga”). Pode misturá-la, por exemplo, em iogurtes ou usá-la para barrar no pão.

Pode também triturar a castanha até formar uma farinha e incluí-la em receitas de queques, bolinhos e pães caseiros. Pode igualmente usá-la em pequenas quantidades para  panar frutas com uma textura mais escorregadia.

Nunca ofereça a manteiga de caju sozinha ou em grandes quantidades porque a manteiga pode formar uma massa na boca do bebé e bloquear as vias respiratórias.

Continue a oferecer a castanha de caju em manteiga, creme ou farinha depois dos 12 meses. A castanha de caju inteira ou em pedaços representa risco de engasgamento até aos 4 anos.

Introdução convencional

A castanha de caju pode ser adicionada às papas e sopas do bebé. Processe a castanha até formar uma farinha e adicione às papas do seu bebé. Pode ainda demolhar as castanhas em água a ferver durante 15 a 30 minutos e adicionar à papa ou sopa antes de triturar.

Quer opte por uma introdução convencional ou pelo BLW, comece com quantidades pequenas e fique atento a possíveis sinais de reação alérgica. Evite também introduzir a castanha de caju simultaneamente com outros alergénios comuns, só assim poderá identificar o alimento causador de uma possível alergia.

Vale ainda sublinhar que as castanhas de caju com adição de açúcar, sal ou outras coberturas não devem ser oferecidas.

Escrito por:
Raquel Gomes, estudante de nutrição na Universidade do Porto e autora da página de Instagram Sem Papas e Bolos. Divide o tempo livre entre redação de artigos, criação de posts informativos e formações na área da nutrição. Adora ciência e comunicá-la é uma das suas paixões.

Fontes:

David M. Fleischer, Mary Kay Conover-Walker, Elizabeth C. Matsui, Robert A. Wood, The natural history of tree nut allergy, Journal of Allergy and Clinical Immunology, Volume 116, Issue 5, 2005, Pages 1087-1093, ISSN 0091-6749.

All Answers Ltd. (November 2018). Bisphenol A and Tetra Recart for Food Packaging. Retrieved from https://ukdiss.com/examples/bisphenol-a-and-tetra-recart.php?vref=1

McWilliam, V., Koplin, J., Lodge, C. et al. The Prevalence of Tree Nut Allergy: A Systematic Review. Curr Allergy Asthma Rep 15, 54 (2015). https://doi.org/10.1007/s11882-015-0555-8

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